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Rituais do silêncio

  • Menos 1
  • Apr 16, 2020
  • 3 min read

Updated: May 1, 2020

Procuro incessantemente um transporte quântico e indolor, com todos os calafrios que consiga alcançar através da minha vontade imobilizada em primeira instância; embora esta instância se revele aos poucos uma mutação improvável, uma palpitação de ascensão sobre-humana, uma espécie de árvore-fénix que brota de cadáveres outrora anestesiados, que surgem outra vez no mundo, agora a partir da terra pisada; conscientes da falta de restruturação das almas intoxicadas pelas familiaridades incertas adquiridas por osmose global. Esgravato na minha impaciência crescente pela inculpabilidade universal, um plano de resgate suficientemente impermeável à desistência dos esclarecimentos elementares, para que se consiga assim declarar a morte ao medo através de trocas mútuas e intravenosas de algoritmos da criatividade no sentido mais abstrato da poesia adjacente ao temor provocado pelos excessos de autoconfiança, deuses falsificados e distrições graduais de incerteza pelos esconderijos deste exercício de planeta, onde se preservam as naturezas e envergaduras mais orgânicas, e propositadamente inacessíveis.

Neste estado desta missão indisciplinada, o meu equilíbrio geral, mantém-se nivelado por uma drenagem parcial dos empurrões energéticos acumulados por todo o organismo que me compõe, enquanto sou sugado por uma sombra em desconstrução pertencente a nenhum lugar exceto aos reinos imateriais para onde me direciono automaticamente por vontade própria.

Diante dos meus olhos, redefinem-se propriedades e teoremas de policiamento psicológico, retalhados ao nível da visão e do som como nunca se trabalhou o amor em alguma era da humanidade ou das artes aplicadas aos assombros dos corações fragilizados pelas diferentes razões do ser e da aplicação da expressão humana.

Transpomo-nos para telas virgens e carentes de dor e salvação, em forma de linhas e cores variáveis ao longo do sacrifício que é exigido diante um cenário de saltos de fé sequenciados pela ação humana, única e irrepetível.

Enquanto preâmbulos personalizados de uma morte adiada através de uma curiosidade de viver para ver o que se revela do universo e arredores, devemos, dentro das nossas respetivas naturezas, aplicar impulsos concretos para redesenhar as diferentes escalas terrestres que necessitam de calibrações contemporâneas devidamente espaçadas entre si, para podermos perceber eloquentemente os estragos e as soluções incrustadas nos devidos processos de reconhecimento, acompanhados dos contextos resultantes das explorações inocentes e direcionadas dos mesmos.

Comunicamos através de resplandecências plácidas da paisagem para cegar as piores cumplicidades, violentas pela sua indiscrição assumidamente descomprometida. Precisamos como nunca antes, de desparasitar os critérios viciados e insuficientes, universalizar dentro do possível as mensagens que decretam bombardeamentos amorosos às fendas degeneradas dos espíritos despossuídos de afetos em estado puro.

Contudo, sinto no ar respirado, uma espécie de nova maleabilidade em relação ás interações humanas que requerem incessantemente: um outro grau de tolerância, adaptada a uma reciclagem heterogénea dos saberes adquiridos, que agora, revelam muito mais do que quisemos ver neles até ao momento de atual ponderação mundial. Deparamo-nos num estágio de necessidade urgente em que temos em desenterrar os conhecimentos coletivamente, das posturas lamacentas, formadas com a nossa contemplação progressiva dos hedonismos imperiosos.

A fuga a um (esotérico) tiro no pé, parte principalmente de um abandono imediato das podridões virulentas, ao desapego dos vínculos esgotados por infeções gratuitas e cobardes.

Renascem torrencialmente: calamidades disparadas de bandeiras desatualizadas na pior espécie de anacronismo a que se pode sujeitar uma consciência coletiva. Parte de nós, tomar o cuidado de não tropeçar nos aparatos engenhosos dos mecanismos de informação precoce e perniciosa até aos ossos. Para que, num ato indecoroso mas necessário, possamos cuspir em grande escala nas bocas abertas e pegajosas dos ilusionismos conjeturados em manifestações insolentes de manipulação dos intelectos indefesos, sujeitos ao engano como jasmins noturnos, que brotam no esplendor das brumas mais escuras, tóxicas e inflorescentes, numa fitogeografia adequada a uma coerção tigmotrópica: subordinada a uma democracia transparentemente desnorteada.

Confiaremos com uma animalidade extemporânea: nas quebras de rotina (sem que nos apercebamos disso), numa fé instigada e efetiva dos sentimentos que germinam da compostagem de protótipos ultrapassados. Elevemos as ideias a um conglomerado único de pensamento multidisciplinar e plural, para que nos tornemos um dia: num monumento imaterial pertinente, sobre consequência de uma lembrança utilitária de uma fase alimentada a colecionismos perseverantes de recompensações resolutas e bilaterais.


(Artista: Jeanne Van Monckhoven)

 
 
 

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