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Irremediável

  • Menos 1
  • Feb 23, 2021
  • 2 min read

Voltar outra vez ao ponto de partida,

é ser-se mais uma vez milimétrico até ultrapassar a esfera do medo outra vez...

Voltar a reconhecer outra vez,

o arrependimento enquanto espetro primordial de todos os comportamentos heterogéneos.

E a cada silêncio que passa, desintegrar-se em diferentes espaços exdrúxulos,

uma desintegração voluntária, sem limites;

Por entre atalhos rídiculos e desocupados,

Por entre as naturezas energéticas que modulam as plasticidades de todas as atmosferas

presentes e irreconheciveis,

Até que se tornem numa vontade concreta…

Rígida e omnipresente.


Pode ser tudo, bastante, ou pelo menos o suficiente para perder tudo outra vez...


Pode ser uma inata vontade de desaparecer em queda livre

Por entre o universo correspondente ao das formas e ao consecutivo reino das não formas,

Mas reconhecer que a trajetória para a morte inevitável,

está sempre mais uma e outra vez fora do que se quer perceber…


Como se fosse pela primeira vez…


Como se estivesses outra vez e cada vez mais perto de uma oportunidade de redenção

descoordenada,

sem dar para perceber se vale a pena recomeçar do menos um,

De forma a ignorar o zero, decididamente.




E uma vez que toda a febre tem o direito à violência, aparentemente...

Das perceções fisiológicas sobra sempre inevitavelmente:

uma memória desfigurada daquilo que fazia parte dos atrofios do corpo, inequivocamente,

Do chão que atravessamos ao longe: continuamente,

a um ritmo injustificado dos passos...

Por onde se entrelaçam helictites ideológicas que dispensam o auxílio da gravidade:

elações desenternecidas; lutos injustificados; défices imprudentes de atenção,

Impulsos hirtos, redundantes, nebulosos e inadiáveis...


Agressividades concretas.


Agressividades desproporcionais às potencialidades dos desejos

fixados na perpetuidade das insatisfações,

camufladas de sombra em plena luz do crepúsculo,

sem métodos de autodefesa insolentes, emergidos do desequilíbrio humano,

em plena distração percetiva dos erros a que se sujeitam as cadaverizações da personalidade,

em plena desfloração cerebral que só termina no arrependimento irremediável

de que nunca foi suficiente o esforço das modulações simultâneas dos hábitos,

e que qualquer evolução do rancor só pode indicar uma trajetória em direção ao princípio,

para perceber o que foi evidentemente mal costurado, outra vez, do início.


Artista: Pedro Inock


Genius Loci - Spacetime Discontinuum - Phase 4


Impressão a Jacto de tinta sobre papel Hanhmuele


 
 
 

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