Necro avant garde
- Menos 1
- Nov 13, 2019
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Pediram-nos para ficar em silêncio pelos corredores das sombras, que a vida não nos pertence, que sabotaram a nossa data de nascimento propositadamente e que isso ajudou o céu em alguma coisa de elementar na dimensão espaciotemporal.
Que do macaco evoluímos para o verme, que somos parte das pedras retalhadas ao sabor do sexo indisposto.
Poucos nos fixámos nas memórias intercetadas a partir do núcleo afetivo, o mesmo que por unanimidade neurológica apagou os arrepios prolongadamente ácidos onde faltou envergadura e frio no lugar das máscaras derretidas por erosões autobiográficas.
Adormecemos involuntariamente nesta floresta azul florescente e interminável;
apagamo-nos a abraçar os ramos como se nos despedíssemos outra vez do som;
já depois de termos trocado os caixões de infinitude para redefinir as medidas.
O teu retrato Super 8 a esfarelar os grãos de tinta em estado quântico: reproduzíveis.
Uma parede projetada numa dieta simples de dança e rituais de fitas colorizadas.
Torpedos anacrónicos vomitam estrelas decadentes na única composição possível para um ensaio de céu limitado à estabilidade do tédio inevitável.
O lixo como carácter de referência.
Nada se mantém proporcional, o que é da vida é o erro e a sensação do quase: apontada à cabeça.
Viajamos humildemente pela casca de todas as neuroses, purificamos aquilo que resta da paisagem numa cor que não existe.
O teu rascunho favorito pregado à parte mais alta do teu próprio quarto só para podermos ser uma ilusão que acontece.
Uma fenda homogénea: escondida em todas as estátuas.

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