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Direito à cidade

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  • Jul 11, 2020
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O direito à cidade derrete-se por entre os corpos urbígenas,

Adentro as casas e os edifícios despóticos

Que encurralam as praças e as ruas

Arquitetadas para o anonimato obrigatório.

Remete indiretamente o olhar para o desvanecimento gradual e perverso dos ódios

Que retalham a insatisfação a que se sujeitam os transeuntes deste século:

Autómata e prematuro na envergadura das qualidades em abstrato.


O conjunto das autopatias ignominiosas que muralham a cidade de aziúme ascendente,

É uma avulsão semiconsciente em relação aos prazeres de qualquer natureza,

Estarrecida e desacautelada pela cristalização dos rastos pútridos

Pertencentes a uma aura que torna os atos de resistência: frívolos,

Aspergidos desalmadamente pelas neblinas sem cor ou espaço

A que pertencem os sonhos abandonados à força.


Só com o coração atrofiado se reconstrói um ardor invetivo,

Capaz de vociferar uma investida infusível,

Que ganha força com o amadurecimento de envergaduras avigoradas,

Que se confunde com a podridão monumental e imperiosa das floras desertas,

E para sempre se mantém sedenta de agastamentos silenciados,

Estatelados em geometrias sociais,

Nas quais se moldam os vícios, a voracidade geral,

E o desvanecimento assumido das incompletudes proscritas por determinação.



"A mountain of bricks"

Artista: Francisco Fonseca

 
 
 

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