Anabioses
- Menos 1
- Jun 9, 2020
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Ainda hoje,
Quero-te desmistificar num confronto pernicioso
Dos impulsos anticrepusculares e desempatados,
Dos engenhos de desenvolvimento carcomidos pela previsibilidade;
Num antelóquio híbrido de plenitudes cerebrinas
Onde te desmembras em antólitos
Resguardados por desafios insistentes de plenitude
Contra a própria morte em pessoa.
Sigo a descrição do teu florilégio
Cravado adentro cérebros e páginas por onde te dissimulas:
Para que me eleves segundo a disposição inimitável de anabioses
Na qual te dispões perante todos os ciclos lunares
Rumo à amenidade amplexiva de uma alucinação
Que se molda de acordo com os teus padrões de antimnésia.
As analgias das conjeturas precipitadas e trôpegas
Tornam-se sinuosidades petrificáveis e antagónicas,
Que requerem um traço (de autoria intransmissível)
Dos prazeres que o desconhecimento atribui ao que está por descortinar:
O mais lento e calorífero possível,
Segundo as leis da necessidade e personalidade
Que modulam a expressão e a velocidade dos fenómenos.
E assim,
Prematuramente,
Jardinamos ambiguamente os dias,
Inconscientes em relação às corrosões naturais do processo adjacente.

"Do livro de belezas mínimas"
Artista: Lu Lessa Ventarola
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