Absoluto
- Menos 1
- Mar 19, 2020
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Updated: Mar 26, 2020
Respeito o teu interesse pelas leis da morte.
Quero ver-te fora do teu disfarce,
A luminosidade das tuas naturezas simples e inalteráveis.
A manhã rompe para degolar o sonho,
E a escuridão mental obedece naturalmente
De modo a retrair a pulsação da hibernação cardíaca.
Formam-se neurocascatas,
Gritos em suspensão que acumulamos
Junto com o restolho das memórias turvas.
Moldamos a olho: asilos mórbidos onde suplantamos arqueologias elementares do ódio,
Desentendimentos da idade do bronze,
Ossadas familiares,
Neomenires recreativos desabrigados da deterioração pelo sol,
A chuva, o pontapé no estômago,
Tiros de projéteis impossíveis de identificar e perceber,
O erro artificial e os apêndices de amor coagulados artesanalmente.
É-nos interdito de assalto
O lado infantil dos parques,
A distância colossal de familiaridade das calçadas
Por onde evaporam insetos como ilhas de gelo
Devoradas pelos sois glaciares do norte absoluto.
Ouvem-se sirenes e helicópteros ausentes,
Calibrados somente para um registo puro e cristalino;
Que avançam penosamente a direito
Para difundir o aparato atmosférico que não existe;
E calcular paradoxos regurgitados por meritocracias desproporcionais em relação à fonte.

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