Aeluminium: exercício para um retrato oblíquo
- Menos 1
- Dec 25, 2019
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Updated: Dec 26, 2019
Ele tem…
A aliança no dedo errado e é viciado em prostitutas tristes.
Adora rezar antes do orgasmo, outras vezes: chora.
É desconfiado nas questões das propriedades orgânicas da natureza em geral.
Celebra os natais no cemitério que fica na rua onde foi parido de emergência.
Provoca quedas de bicicleta propositadamente,
às escondidas.
Pensa que tudo o que é luminoso é feito a partir do sol, e vice versa.
Vendeu a casa para comprar uma espingarda em 2ª mão, num momento de puro delírio.
Obcecado em astrologia, condescendente em virgens.
Vive há quase uma década milenar em Aeluminium,
a cidade onde ninguém fode
Onde ninguém fode
Onde ninguém fode
E só se fode por dentro, em constante estado de falsa partida, automaticamente nula.
Morre ao mesmo tempo que o minguar de todos os edifícios, que iniciam notoriamente, um desdobramento das próprias vísceras, à falta de decoro e patrocínio universais.
E hoje,
Sim,
Hoje terminou o projeto para a criação de uma nova santa.
E amanhã,
Há-de inventar outra,
Se lhe apetecer

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